A proposta pedagógica do material foi concebida visando reafirmar a transversalidade do tema Educação Financeira e sua articulação com o currículo escolar. A Educação Financeira promove um diálogo articulador entre as áreas do conhecimento e o Programa de Educação Financeira nas Escolas foi concebido para ser utilizado por professores, independentemente de sua especialidade.
O material oferece ao estudante informações e orientações que colaboram com a construção do pensamento financeiro consistente e o desenvolvimento de comportamentos financeiros autônomos e saudáveis, para que ele possa, como protagonista de sua história, planejar e fazer acontecer a vida que deseja para si próprio, em conexão com o grupo familiar e social a que pertence
O foco do trabalho recai sobre as situações cotidianas de vida do educando a partir de duas dimensões conceituais, às quais se conectam sete objetivos gerais que se traduzem em dez competências. A tabela abaixo oferece uma visão geral relacionando as competências com os objetivos e os temas de cada livro.
Na dimensão espacial, os conceitos da educação financeira se pautam no impacto das ações individuais sobre o contexto social, ou seja, das partes com o todo e vice-versa. Essa dimensão compreende ainda os níveis individual, local, regional, nacional e global, que se encontram organizados de modo inclusivo.
Na dimensão temporal, os conceitos são abordados com base na noção de que as decisões tomadas no presente podem afetar o futuro. Os espaços são atravessados por essa dimensão que conecta passado, presente e futuro numa cadeia de inter-relacionamentos como mostra a ilustração.

A proposta se apoia também em sete objetivos intimamente ligados às dimensões descritas. Quatro deles se relacionam à dimensão espacial:
1 – Formar para a cidadania: direito de usufruir várias possibilidades que a vida oferece, tais como liberdade, igualdade, propriedade, participação política, educação, saúde, moradia, trabalho, dentre outras. O exercício da cidadania é ingrediente indispensável da construção de uma sociedade democrática e justa;
2 – Ensinar a consumir e a poupar de modo ético, consciente e responsável: o consumo em níveis adequados é imprescindível para o bom funcionamento da economia, a questão é torná-lo uma prática ética, consciente e responsável;
3 – Oferecer conceitos e ferramentas para a tomada de decisão autônoma baseada em mudança de atitude: a compreensão da linguagem do mundo financeiro, através de um programa educativo, possibilita ao indivíduo obter as informações necessárias para que tome suas decisões de modo autônomo, independente;
4 – Formar disseminadores: crianças e jovens que podem ajudar suas famílias na determinação de seus objetivos de vida, bem como dos meios mais adequados para alcançá-los.
E três objetivos estão mais alinhados com a dimensão temporal, pois articulam passado, presente e futuro.
5 – Ensinar a planejar a curto, médio e longo prazos: para se alcançar determinada situação, é necessário um planejamento envolvendo priorizações e renúncias que não seriam cogitadas pelo pensamento exclusivo do presente;
6 – Desenvolver a cultura de prevenção: é prudente planejar pensando nas intempéries da vida. Ninguém está isento de enfrentar situações adversas e inesperadas no dia a dia que, por vezes, exigem o dispêndio de uma quantidade de dinheiro não prevista no orçamento;
7 – Proporcionar possibilidade de mudança da condição atual: mobilidade social é entendida como a capacidade que uma família apresenta de aprimorar sua condição socioeconômica a partir de conhecimentos e competências oferecidos pela Educação Financeira.
Decágono de Competências
